9.10.11

muda essa vida, moça. sai de quem já não mais te faz bem. e se nem a lembrança da vida que se foi é boa, é melhor tentar fazer um novo presente, reafirmar um futuro. não digo que é fácil, aliás, é bem mais difícil do que podes esperar. mas eu te canto meus poemas e a esperança que tiro de um lugar que já não sei mais daonde, mas que enfrentemos a vida, moça. e tu, alma, o que posso te dizer? refaz-te, alma. pois tua matéria nem orgânica é, mas me diz: como é que consegues te quebrar em tantos pedaços? se de fluídos tu és chamas? chama acesa, é por isso. o fogo de ti vai se separando e acendendo em vários corações, às vezes só em um. o calor disso tudo se desprende de ti, do corpo que te cobre, e acaba se esquecendo de voltar. aí a alma fica no frio, tão baixinho e miúdo frio que te causa espanto, solidão e desperdício. pode ser, alma, que aquela outra alma seja tua metade, mas que se encontrem em outras vidas, por favor, porque se não for, já te sugou demais. tu te deixaste ir e ser tomada e agora tudo o que precisas é de uma letra c que faça virar calma. e, moça - olha, dona moça -, tens que ter fé, tens que ter força. amar não é fácil, desamar mais ainda. mas dá certo, ora se não dá. parte pra outra, moça, guarda na alma tudo o que quiser e quando quiser relembrar, já sendo calma, tudo bem, é possível que aconteça. mas pensa, moça, puxa a perseverança do bolso e busca o que tu queres, pois esse sim é o verdadeiro caminho que tanto procuras.

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