29.5.15

paulistânia

A endorfina que sai do cérebro vai ao corpo, cai na boca em forma de sorriso
A expectativa que viola a alma vem aos pelos em forma de medo e paraíso

12.5.15

O único canto irremediável da Terra

Sabem quando a gente para para pensar na gente mesma? E de repente, nem que seja por um instante, passa na cabeça "eu gosto do que eu sou"?

Estamos longe de viver em um comercial de margarina, estamos longe de sermos as mulheres perfeitas das novelas, estamos longe de não sermos maltratadas de muitas maneiras (principalmente e sempre psicológica), estamos longe de termos um corpo ou uma pele de comercial, estamos longe, muitas vezes, do que poderia ser amor de alguém.

Mas já pararam para pensar o quanto estamos próximas de nós mesmas?

Eu lembrei hoje o que sou e todas as milhares de cicatrizes e não quis mais sangrar. Hoje eu gostei muito de mim.

Every teardrop is a waterfall (toda lágrima é uma cachoeira) - sempre, sempre, sempre.

Que a gente tenha força todos os dias de sermos quem somos.

11.5.15

o último canto aconchegável da Terra

estou reaprendendo a enxergar. a olhar para o lado. a grata surpresa do trânsito fluindo numa manhã difícil de segunda feira. a grata surpresa da senhora sorrindo para mim e passando. a grata surpresa de paradise estar tocando na farmácia. eu costumo acreditar em amor. amor lato sensu, não amor romântico. quando me surgiste, eu não acreditava mais. desde agosto, quando meu melhor amigo faleceu, eu passei a desacreditar em amor. algumas outras quedas até te conhecer e minha alma estava formada: virei pedra. quando vieste, vieste daquele jeito de me colocar no canto mais "aconchegável" do corpo e da alma que poderia existir. mudei meus planos. refiz outros. viajei e todas as vezes que viajei para te ver, seja daqui, seja daí, praí, não me arrependi. é, bonito, a balança pesou. janeiro e fevereiro me mostraram a paciência, mostraram tudo o que eu já havia desacreditado. mas era esse o recado: "estás viva". de quando em quando, morro. mas aí algo me renasce. não exagero ao dizer que foste tu. foste tu mesmo. e por isso, vou te ser grata. a grata surpresa de ainda ser possível o sentir.
foi uma noite difícil. dormi não sei que horas, mas lembro que escutei pássaros cantando. tu me confundiste. e me acalmaste. de todo o período em que terminamos - há exato 1 mês -, hoje, apesar de meu corpo doente, é o dia em que mais me sinto bem. parece que faltava uma peça, faltava algo, faltava saber. sinto tua falta ainda porque eu não queria, em meu egoísmo, largar de mão o canto mais aconchegável que já estive. depois de tanto, tanta coisa que passei, eu só queria deitar em teu peito.
dizer tudo isso a essa altura do campeonato significa duas coisas: a primeira é que eu nada mais farei, pois palavras como essas são meio suicidas (mas não tenho mais nada a perder há tempos) e a segunda é que, por mais louco que tudo seja, por mais distante que tudo pareça... não sinto que acabou. a parte do relacionamento já, não falo disso. mas nós dois. e olha que sou perita em términos. sou perita em futuro. posso prever coisas, sou meio bruxa (rs). a gente não terminou.
enquanto isso, estou reaprendendo. olhar para o lado hoje e ver tanta coisa me fez ver que estou viva. isso, para alguém como eu e no momento em que estou... isso foi incrivelmente aconchegável.

obrigada. e até um dia.