11.10.11

essa minha caminhada tarda mas não falha, veja bem, criaste um monstro, ai, alma, tu nem dóis mais tanto assim. e esse costume de ter um hábito de chamar de besta já acabou, já foi, e se toda minha raiva, mágoa, descompasso demonstrei, ah, foi porque eu tinha um monstrinho gritando desde meu estômago e os pulmões não aguentavam mais, o coração estava arranhado e as palavras acabam falando o que gostam de repetir a todo momento. culpa? quem teve culpa nisso tudo? eu não sei e quem pode me dizer? ninguém. a vida é mais do que buscar culpa e por isso aprendo e enxergo: estou aqui me reconstruindo, sozinha, sem um ombro pra chorar e uma boca pra me beijar, eu sou corajosa o suficiente pra me remontar solitariamente, refletindo e pensando em toda a merda que aconteceu. tenho vontade de escarrar em tuas fotos de vez em quando, mas quem que nunca foi deixado não tem uma vontade dessas mais ou menos brusca? eu falo com o mundo pelo meu coração e eu não tenho medo de ser julgada por dizer que fui deixada e estou sofrendo ainda por isso, mas igualmente inexiste agora aquela vontade de morrer se eu não pudesse viver sem ti. eu já vivia há muito tempo sem ti, eu sempre vivi sozinha, enquanto tua alma por aí vagava por onde quisesse, vagarosamente até encontrar a minha pra se recostar, mais uma vez. e daí que eu deixava? eu deixava mesmo, eu era mais uma apaixonada. ah, e que saudade dessa tua paixão por mim. coisa mais doida. isso lá é paixão? pode até ser, sei lá, mas que era bem estranha, era. eu gostava de toda essa esquisitice, essa coisa que parece que é só minha, tão sui generis que chegava a dar ódio quando eu pensava que eu bem que podia ser 'normal'. pela última vez (talvez) eu esteja aqui cuspindo as palavras que me rodeiam nesse momento, onde só quem me acompanha é a música e tantas outras coisas imateriais, como a lembrança que tenho de ti. eu sei que a ideia principal é: cá estou eu caminhando pra frente, aguentando firme do jeito que posso, sendo quem eu gosto de ser de pouquinho em pouquinho novamente... e tu? acorda, querido, tu estás errando de novo e do mesmo jeito! 

(ninguém é insubstituível, mas eu duvido que alguém seja como eu)

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