16.4.14

texto escrito em razão de suspiros.

disse, certa vez há uns anos, que tenho medo do futuro, e por isso vou-me desesperadamente ao seu encontro. acho que, hoje, após ir tantas vezes ao encontro do futuro, que não tenho mais medo dele. aceito-o. tento parar de ir ao seu encontro desesperadamente. assim, lembro que há presente. minhas escolhas, certamente, ainda são todas baseadas em um futuro, que pode ser distante ou próximo. mas sempre penso "isso me fará melhor ou pior?", "estarei onde se for por esse caminho?", "qual o melhor destino?".
tento não mais contar dias, nem futuros nem passados. sempre tive problemas com tempo, sempre. ou me viciei demais em contar datas passadas. quando elas estavam perto de completar um ciclo (poderia ser de mês ou ano), começava a sofrer lentamente, numa agoniazinha que perdurava até chegar o dia que eu contava dias. isto é, sofria no antes, no durante e no depois. não entendo até hoje a razão, se era algum tipo de masoquismo emocional.
passado um tempo, em que novas situações foram vividas, ainda lembro de datas, mas só se for para comemorá-las. lembro o que estava fazendo há exatamente 1 mês. ou 2 meses. ou 3 meses atrás. eu lembro e já entendi que assim minha cabeça funciona e por isso me aceito. mas a vida não é essa eterna contagem de prazos. a vida parece ser todo o sorriso que se desencadeia na hora. no minuto. agora.
já li que coisas inesquecíveis acontecem assim mesmo, de repente. do nada. e é lembrar dessa informação que me surge a calma. há 2 dias que rezo baixinho para os deuses que acredito que me guiam e para os santos, orixás e o que mais surgir à frente. estou rezando para que eu tenha forças e não diga o que não devo. nem aqui. nem aqui... nem aqui, meu refúgio.
respiro fundo. ainda tô me perguntando por onde anda meu bom dia. anda por aí, solto, leve, vivendo. e estou feliz por isso. não sei se sou louca por estar feliz de tê-lo libertado. vai, menino, corre. respira. é tão bom. eu faria o mesmo. estou tentando fazer isso, mesmo com o ar rarefeito que tem me cercado. alguma coisa anda nublada. mas eu resolvo. tô resolvendo.
não sei o que vai acontecer e sempre disse que não saber me deixa doida. mas estou num aprendizado de que não posso controlar tudo e estou bem menos doida. aceito, tempo, eu te aceito. tens sido generoso comigo, no fim das contas. eu escolho os caminhos, às vezes errados, mas me mostras um jeito de consertar.
sinto saudade. sinto mesmo. não imaginava que assim, tão mansinha, calminha... como se eu entendesse que era para acontecer. meu coração ainda lembra e sente falta, é verdade. mas a saudade me veio tão miudinha, pormenorizada em sua forma que até estou me segurando bem na enorme matéria que é. saudade grande, forma miúda de senti-la.
tem que ter força para conseguir fazer isso. e eu me sinto bem, até um pouco orgulhosa de mim por isso.
não vou mais falar o que desejo. não quero que as palavras erradas cheguem. quero só que as coisas boas, a alegria, o sorriso, a boa lembrança cheguem lá. e se chegarem. eu não quero interferir no destino.

que seja.

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