21.4.14

Tem sentir e tem sentires aqui e ali.

Tem coisa que acontece tão coisada e tem nós tão enrolados que pensamentos às vezes de arrebentar acontecem. A prisão é tão profunda, a risada é tão profunda, mas o sentir é tão raso, rasinho, que as coisas ruins dão risinho. Tem meu coração que sentiu e sentiu tão bonito, foi tão cuidadoso com o perigo, foi tão bondoso comigo, dizendo para onde ir, como ir e com quem ir, mas ele, coitado, é tão esperançoso que achou que tinha achado. Encontrado um coraçãozinho honesto, era só isso que ele queria... agora ele está tão duvidoso, tão chuvoso, que nem o clima lá fora. E tão distante, querendo perguntar "mas por quê?". Por quê, moço, cê fez isso com meu coração? Tô sendo advogada de meu coração porque ele precisa de uma defesa,  ele não aguenta mais isso, não. Por que, moço,  cê fez isso? Por que cê disse pro coração que ele poderia gostar do seu? E que era sério mesmo, "de rocha", que cê tava lá para ele? Por que, moço, cê se esconde, cê fica mudo? É medo? Cê disse a verdade? Cê gostou de meu coração mesmo? Como é que muda tão rápido de gostar assim? Cê disse que se sentia bem perto de meu coração... cê disse... ele acreditou.
Tem gostar e tem gostares, tem sentir e tem sentires, tem ir e tem ires... ele foi embora e a moça ficou mais uma vez tristonha. Porque a moça viu e sentiu e acreditou naquele moço que fazia ela se sentir tão bem, tão confortável, tão aprazível. Ela resolveu acreditar bem de pouquinho e quando já tava toda cheia dos gostares... o moço que tinha dito que tudo era tão sério e lindo e importante foi embora... coração ficou miúdo. Moído. Coração não deveria ter gostado tanto, não. Mas gostou,  ainda gosta. O moço não quer mais a moça com seu coração duvidoso. A moça não quer mais ninguém.
Tem sentir e tem sentires. A moça,  essa moça que vos fala, eu mesma... eu só desisti. Porque cansa acreditar... e depois ver alguém partir.

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