27.1.12

cárcere

faço-me, repentina e novamente, de refém
e é uma prisão em mim mesma
na qual, de forma simples, posso me soltar
mas esses pensamentos, essa vida que rege
canta e desmanda e me manda ser
'não finja, não se dobre, não force, somente seja'
e eu não posso contra isso
e sou refém do que eu mesma sou
sinto-me tão feliz por isso
apesar de sofrer por querer tanto a liberdade
e não conseguir me libertar nem de mim
a alma quer voar, o corpo quer ficar
desfaço-me nos pedaços de lembrança ainda restantes
traduzo-me no sentir de um futuro bom
palavras
sou refém das palavras
que em uma tela pequena inventada
fazem-me presa em toda a liberdade que posso escolher
luto para segui-la
mas por alguns instantes, só me deixo
permaneço refém do que sou
mas nunca do que me dizem pra ser

Um comentário:

  1. desfaço-me nos pedaços de lembrança ainda restantes
    traduzo-me no sentir de um futuro bom


    vai te fuder, porra. isso é muito tua (e minha) cara..

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