7.11.11

every teardrop is a waterfall

lembro-me e sinto saudades das coisas mais inimagináveis possíveis, e também desconhecidas... eram sentidos só meus, que só eu suponha saber... aí estão:
o barulho do ar condicionado do antigo quarto - ás vezes acordava de madrugada e dava graças por estar tudo desligado, tv, luzes, computador, então eu só escutava o barulho do ar condicionado, misturado ao barulho da geladeira e aos teus...
o preenchimento de minha nuca pela tua cabeça - sempre soube que conseguiria (como antes de conhecer a sensação, conseguia) dormir sem teu corpo encostado ao meu e tua respiração bem embaixo de meus cabelos... só não sabia que ia doer mais do que eu pensava que sabia. gostava tanto que na hora de acordar já queria que chegasse novamente a hora de dormir, apenas pra sentir tua pele pálida e rosada colada à minha morena e escutar teus barulhos que, de início, incomodavam, depois me faziam rir com gosto, e que hoje fazem-me, ainda, uma falta incompreendida.
o mês de maio do ano 11, que estivemos distantes na matéria mas impressionantemente próximos de alma - foram dias contados em um calendário caseiro que só continha dias de maio, todos eles, e que ia riscando um a um, até o dia oculto em que não mais precisaria fazer isso. durante esse tempo, a voz da laura me embalava, de dia e de noite, fazendo-me ter força pra não sentir tanta saudade de quem estava longe e comigo, enfim... ela me falava de um homem errante e eu pensava em ti, e queria que o tempo passasse e te entregasse pra mim... fiz também escritos  de meus pensamentos e sentires em um lugar escondido que te mostrei meses depois, em mais uma tentativa frustrada de te fazer lembrar as coisas tão boas que tivemos... do dia zero ao vinte e algo, acho, do fim de abril até maio.
teu cheiro depois que tiravas a blusa - no calor ou no frio, suado ou trocando-a após experimentar várias saído do banho. mal consigo me sustentar quieta quando sinto teu cheiro bom... porque não só lembro ou sinto saudades, eu te cheiro sem nem estares perto. ao acordar, ao dormir, almoçando, atravessando a rua. muitas vezes, quando estou fora de casa, acabo te sentindo e, mesmo sabendo que estás em outra cidade, num ímpeto, viro e reviro a cabeça em muitas direções tentando te encontrar... e nunca estás.
nicks e subnicks malucos - sempre com uma mensagem, às vezes tão subliminar e ambígua que nunca dá pra saber se é pra ti mesmo, pra alguém, pro mundo ou pra ninguém. não uso mais o msn. não tem mais graça. mas gostava de tentar adivinhar qual seria a próxima frase, mensagem, palavra. quão boa não foi minha surpresa ao ver que vai sobrar carinho se faltar estrada ou carnaval? foi a única mensagem que quando li, tive certeza absoluta e instantânea que era pra mim...
saudade tem dessas coisas. pega-nos mesmo às 3 horas da manhã depois de muito estudo... é que faltas tu pra debater e depois me abraçar, quando eu já estivesse cansada.

relembrar tudo isso hoje não me faz mal. toda lágrima é uma cachoeira - quando vale à pena.

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