23.11.11

muito pouco

eu ainda estou pensando, sinceramente, porque me incomoda tanto esse contato. isso que sinto ainda é gostar? tô achando que cheguei em um momento onde nada mais é bom, em um lugar onde tudo precisa ser reciclado, até meu modo de ver o mundo, o sentir, o fazer. eu cresci não acreditando em contos de fada, sabendo que príncipe encantado não existe e entendendo muito bem que eu não sou do tipo fácil - de namorar ou conviver. algumas boas experiências me mostraram um lado bom de mim, é verdade. algumas pessoas tiveram paciência o suficiente de ficar comigo e não terminar por causa do fim dessa paciência. a essas pessoas, meus profundos agradecimentos, vocês somaram. mas fico imaginando até que ponto ainda posso gostar de alguém que me disse não ter mais paciência para 'certas coisas'. essas tais coisas sempre ficaram um tanto nebulosas em minha cabeça, mas, de toda forma, fui levando e tentando ser, moralmente, alguém melhor. não que eu não fique com quem eu quero por ser puritana, longe de mim, e quem me conhece bem sabe que não sou puritana - e nem 'vagabunda' (ou qualquer esteriótipo preconceituoso, os quais repudio). mas é (foi) até bom: revi vários conceitos, de ordem moral, ética, social, de como tratar o próximo e como isso refletirá em mim. e de como me tratar pra refletir em outras pessoas. o que sei é que, claro, de todo relacionamento a gente tira algo que preste. eu tenho pensado muito nisso. por que cheguei a esse ponto? de encontrar 'muito pouco' que funcione como bom, pra mim, de nós? nunca acreditei em príncipe encantado. eu sempre senti (e muito, como costumo dizer), mas, sei lá, eu fiz burradas porque era nova. eu já vou pros 23 e não dá mais pra continuar errando na mesma coisa. aí, há um tempo, chega alguém e 'me tira do fundo de onde eu tô', faz-me bem, sorri-me, conquista-me, vive-me. eu comecei a pensar que por nunca ter acreditado em contos de fada, de repente poderia estar acontecendo um pra mim. mas o 'para sempre' chegou depressa demais. e acabou num dia de dezembro, eu ia fazer 20 já (ainda). o grave problema é que acabou lá mas só foi terminar mesmo por agora. o que é triste. talvez se tudo tivesse sido como deveria ser, minha vida hoje seria totalmente diferente. não totalmente, óbvio, mas grande parte. é, isso influenciou muito. todas as indas e vindas, todas as traições que sofri (não só no sentido estrito da palavra, em sentido lato mesmo), todas as mentiras que aprendi a contar (e pra quem sempre esteve comigo...), todos os problemas íntimos que me levaram quase a uma análise e à autoanálise incontáveis vezes, os choros de madrugada pela saudade, pela distância, pela falta de sensibilidade, tudo. citar momentos bons eu não vou, foram muitos, claro que foram, e sempre sensacionais. mas tudo de ruim que passei... valeu à pena? talvez seja por isso que quase 2 horas da manhã eu fico me indagando, ainda, porque me incomoda tanto esse contato. acho que nunca vou saber mesmo, e eu odeio sentir algo sem saber porque estou sentindo... talvez porque tu lembres coisas ruins. ou porque não faz sentido que sejas meu amigo, não quero isso. já tenho muitos e bons amigos. eu te queria pra ser meu, pra viver comigo, pra ter paciência sempre, assim como tive contigo. talvez porque eu sei que me trocaste - de novo - por outra. talvez porque eu pense demais. mas por que eu ainda 'gosto' de ti? faz 1/4 de ano que não te vejo e parece que faz 1/4 de vida. o que 1/4 não faz? e o que essa ambiguidade faz comigo quando penso em algo bom... é, são coisas da vida, minha nêga. o que eu sei é que mesmo não acreditando em príncipe encantado e contos de fada, eu não mereço mais algo tão cruel pra mim. não é porque não acredito no paraíso, por assim dizer, que tenho que acreditar que o que me resta é o inferno.

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