5.12.13

sobre uma sensação.

Hoje acordei com uma sensação de fim. Quando mais nova, costumava ter sensações que quase sempre indicavam algum mau presságio, mesmo que fosse pequeno. Lembro uma vez, voltando da escola, ao qual passava caminhando pelo posto perto de meu conjunto, quando um súbito pensamento tomou conta de mim, como se eu tivesse penetrado em um campo invisível de sonho e previsão. Pareceu que eu tinha saído de mim mesma e enxergado a discussão que teria no futuro.

Houve outra vez, mais recente, há uns 2 anos. A situação era que eu tinha passado por coisas muito ruins nos dias anteriores e estava um pouco abatida. Enquanto voltava para casa, de carona com alguém que gostei muito, um carro ao lado do que estávamos, que tinha 2 ou 3 homens, não recordo, parou e os homens começaram a mexer comigo. Eu fiquei nesse estado de sonho e previsão novamente e não escutei direito o que eles falaram, mas eram coisas tipo essas "cantadas" nojentas de rua. Eles não se "intimidaram" ao ver que eu estava acompanhada. Na hora, lagrimei e disse, em voz alta, como se estivesse conversando comigo mesma após ter voltado de um transe: "Algo horrível vai acontecer". E por mais que a voz exterior de quem eu gostasse muito dissesse que nada de ruim ia acontecer, dias depois, aconteceu. Fiquei de luto por meses a fio, devido ao acontecido, que foi uma decepção muito grande.

Tenho inúmeras histórias sobre "deja vus" e coisas estranhas e mais ou menos sobrenaturais que me aconteceram e acontecem. Talvez eu precise rezar ao meu anjo da guarda, como disse minha mãe, talvez eu deva me concentrar em fazer outras coisas, como dizem alguns amigos, talvez eu deva esquecer as coisas ruins.

A verdade é que hoje acordei com uma sensação de fim. Como se algo muito ruim e iminente fosse acontecer. Chorei o dia todo. Em um momento, enquanto estava aguardando audiência e fui ao banheiro, comecei a chorar como se eu só precisasse me esconder para começar. As lágrimas saíram quentes. Por um instante, elas próprias pareceram me consolar.

Estou absurdamente triste com alguns acontecimentos dos últimos tempos, dos últimos 20 dias. Quem me conhece, sabe. E sabe também o quanto eu sofro com algumas coisas que são mais fáceis para outras pessoas. Quis escrever isso aqui, que sei que é muito, mas muito íntimo mesmo, para tentar tirar um pouco desse peso de meu coração.

Sei que as coisas passam, assim como passaram na época que citei aí em cima, sobre a "decepção muito grande". Mas enquanto ainda não passaram, fico de um jeito como se todos os dias houvesse uma contagem de horas - de quando acordo até quando vou conseguir dormir - para que eu possa descansar novamente. O cansaço mental me piora. Ando exausta. Exausta. Digo a vocês, acho que nem todos tiveram o desprazer de passar por isso e espero que não tenham, ter que desamar alguém é umas das tarefas mais exaustivas para a alma humana. Para quem não acredita em alma, talvez seja exaustivo em algum outro lugar qualquer, mas é exaustivo.

Soube ainda que o caminho que já devia ter trilhado, para sair da exaustão e da saudade, já foi trilhado por ele, que tento desamar. Não sei ao certo, mas acabo por ter quase-certezas que me enfraquecem o coração mais um pouquinho, todo o dia, mas que acabam me dando certa força para que não faça nenhuma besteira, nada de errado, para que não o busque quando sei que não devo buscar. Ele era um bom caminho, um bom amor, e agora é uma longa saudade de dias que vivi e de dias que iria viver. Não acho que ele pense assim de mim. Foi bom e foi isso. Tanto é que ele refez seu caminho e, por amá-lo, espero que ele seja feliz do jeito que gostaria de ter participado.

Essa sensação de fim talvez tenha muito a ver com o luto (o amor vai definhando) que estou passando e peço aos céus que passe logo para que eu pare de estar fraca e exausta. Em vários outros momentos de sensação de fim, eu estava mal também. Essa sensação de hoje parece ter sido a mais forte que senti, mas acho também que deve ser pela responsabilidade que todo o adulto se impõe. Quando a gente é adulto, a gente tende a dar mais importância às coisas, nem sempre importantes. Mas essa é. Desamar alguém dói em um lugar que não conseguimos alcançar, para poder retirar a dor. E é isso que mais me agonia. Não saber onde está e não poder fazer nada.

Vamos ver o que acontece a seguir...

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