27.11.13

Poema do São Louco Amor

E eis que não posso sinceramente dizer
Que eu realmente faço o que deveria fazer
Que a poeira baixa e a vida roda mundo
Só não posso dizer porque o são é um pouco louco sem fundo

Que é santo ninguém duvida
Mas não é louco, isto é exceção
Não fosse o vai e vem da vida
O amor não teria uma ereção

Em todo caso, fundo-me no raso de exclamar suspirando "aaah, saudade!"
Porque só isso não basta para explicar tanta sanidade
Mas de repente me basta para infringir: um semicrime não confesso
Onde sou vítima e culpada por não conseguir realizar o que me peço

Que eu mesma me perdoe dessa louca saudade e ampla vontade
De te chegar aí o grito, o afoito grito de pequenina esperança
Essa coisa incolor que ruge do peito e despedaça toda a maldade
Minha falta de ar ao pensar na distância e de como o impedimento me cansa

Eu não penso em mais nada porque agora não desejo mais nada
Somente nessa loucura tão sã de saudade de te amar
E de poder agarrar nos braços e na boca a vida que me deste abençoada
E a bênção veio de onde menos esperávamos: de nós mesmos durante nosso caminhar.

(escrito em 26.11.13, quando a saudade não conseguia mais ficar quieta)

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