20.11.13

perdão, erros, tropeços e o que vale a pena

quando o mundo parece ter caído sobre sua cabeça, você tem muitas opções de reação. no momento imediatamente seguinte à queda, age-se de forma impulsiva e de coração. mas quando a poeira baixa, a razão começa a funcionar melhor. não que se tenha que esquecer todo o coração, nem se deve fazer isso. mas pensar de "cabeça quente" é a pior coisa que se pode acontecer nessas situações.

já vivi muitos baques, que eram amplamente esperados. mas quando eu vivi um que jamais esperei, eu não pude fazer muita coisa além do óbvio que seria ficar com raiva.

primeiro porque não era, nem nunca vai ser, justo. não foi justo eu ter passado por algo tão absurdamente ruim, nem é justo ainda eu continuar mal por isso. a gente se sente mal e triste e cheio de mágoa, mas quem consegue tirar boas experiências do que de amor nada tem é porque entende que passa. que vai passar. porque as pessoas são pessoas. são humanos. e, particularmente, eu entendo bem o que é fazer algo errado, sem querer. sem medir as consequências. eu já fiz. eu já vivi.

passando por vidas entrelaçadas do que me fez tão mal, eu fico lembrando de como me fez tão bem também. da falta que sinto, da alma cheia de amor que tem para dar, mesmo que não se faça isso da maneira mais adequada sempre. eu acabo percebendo que a vida não é feita de "sempre" nem de "nunca". a vida é feita do que é feita, nem tudo é para sempre e não é bom dizer nunca. a vida é feita de todos os erros que cometemos e tomamos para nós mesmos, de todos os acertos e sorrisos que proporcionamos a quem amamos.

ainda, por estar magoada, não consigo enxergar as boas experiências que acontecem longe de mim como boas experiências. em verdade, acabo sentindo inveja de quem pode participar dessa vida que não me pertence e que eu queria pertencer tão próximo, tão ativamente. sinto inveja desses sorrisos porque sei que seria feliz também. sinto inveja de quem consegue um tempo em uma agenda tão atribulada e que consegue jantar contigo no meio da semana. não sinto ciúme, talvez só um pouquinho, mas, sim, inveja.

porque não é justo. eu precisava daquilo. eu. eu precisei tantas vezes e tive que me virar sozinha. eu chorei única e exclusivamente com saudades do meu abraço e do meu beijo. então, eu sinto inveja de quem tem esse sorriso por inteiro.

talvez, só talvez, eu esteja escrevendo tudo isso porque quero me libertar dessa mágoa, o sentimento que menos gosto que fique em mim. ou porque eu quero dizer que entendo tudo isso, apesar da evidência de que não é fácil entender. apesar dos erros que cometemos, todos merecemos ser escutados, entendidos e, se for possível, desculpados.

fico somando em minha cabeça as muitas possibilidades de viver minha vida e deixar tudo isso para lá, e viver sozinha bem de novo como costumei viver. e aí vejo o quanto de maravilhoso vivi acompanhada por alguém que valeu a pena todo o detalhe, toda a minúcia, toda a paciência... 

se ontem eu não tive vontade de chorar, hoje quero chorar o dia todo, por parecer estar realmente me libertando do que é ruim. e isso dói.

a gente erra. muito feio às vezes. não tiro e não tirarei tua culpa por tudo o que sofri e ainda estou sofrendo. dói a alma, o corpo, dói. porém, após ter posto na balança, estou mais na tendência de que eu ainda te quero. de que pode dar certo. de que dava certo antes de ter dado errado. e eu sinto tua falta.

ainda sinto. tanto. tanto.

que os céus não caiam mais em minha cabeça, mas me deem sabedoria para que eu possa me libertar dos sentimentos ruins e que eu tenha forças para realmente perdoar. porque, caramba, só eu sei o quanto vale a pena.

AXÉ.

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