17.1.15

não tem final

estou em casa. especificamente no quarto. especificamente duas vezes no quarto bagunçado. sendo ainda mais específica, no quarto bagunçado, onde resolvi mexer um pouco com os instintos que há muito estão adormecidos.

não posso e nem consigo explicar há quanto tempo eu não sinto o que estou sentindo agora: algo que não sei o que é. é uma mistura de raiva (de mim, de alguém?) e uma doçura que me incomoda ao ponto de me fazer permanecer estática.

ouço Beth Orton. lembro daquele cara desgraçado que me fodeu tanto a vida e o quanto ele tá feliz passeando em terras estadunidenses com a namorada que arranjou antes mesmo de terminar comigo, isso há quase 4 anos. se guardo rancor? não. mas tenho raiva. não raiva da felicidade dos dois. raiva de o quanto ele conseguiu se safar de todas as culpas de um passado não tão distante e de como até hoje eu me sinto culpada por alguma coisa. culpada ou, sei lá, ainda penso sobre isso. eu fiquei com os traumas, ele ficou com o gozo.

essa semana veio um outro que dizia me amar falar mal de mim em um grupinho. não sei se mereço ser xingada por eu estar em um movimento social tão lindo quanto o feminismo. não sei porque tem tanta gente que não se toca de seu próprio local de fala, não sei porque a pessoa que eu dei o pé na bunda há tanto tempo vem falar algo como o que ele falou. ele estava lá. ele me viu. ele sabe o que me aconteceu, eu confiei nele, ele já esteve aqui nesse quarto.

pausa.

não sei bem o que estou escrevendo.

eu me apaixonei novamente.

eu estou com saudade dele e não sei como lidar. o que eu acho, quando ele me mandou beijos às 21h e pouco - lá 1 hora mais tarde -, é que ele não foi dormir. o que é certa loucura. eu não o conheço. como dizer? esse sentir de gostar de alguém parece que sempre me deixa assim, mais instintiva que sou, mas me faz também não ver direito o que estou fazendo.

prova disso são os parágrafos anteriores.

a verdade é que não sei o que fazer.

não sei se vou ou se fico. shurastei ou shuraigou?

fato é que, caralho, como queria vê-lo agora. talvez isso tudo seja neura de saudade, talvez seja tudo uma neura, mas que vontade odiosa de chorar. de chorar de saudade. não quero mais chorar de saudade por quem ainda está aqui. eu tenho a maior saudade do meu mundo até agora dentro de mim e sei que chorar de saudade por ele seria uma coisa idiota. sei lá.

é bem provável que eu não queira admitir. não quero, dá pra ver, mas não quero. já até admiti, mas não quero.

melhor coisa a fazer é





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