5.6.14

Metodologia de um sentir.

1. O antes.

Antes de te ver novamente este ano, no início do ano, pensei que não ia conseguir parar de sentir falta. Até escrevi que é só virar as costas para a falta já chegar. Senti bastante. Mas em algum momento, a falta passou. É bem verdade que te sufoquei bem, que quase te mato em meu peito, e a falta que sentia foi minha maior falta de ar. Não eras meu ar, mas te suspirar era bom demais.

2. O meio.

Durante o tempo, a falta foi passando. De uma forma que não soube explicar, tampouco me preocupei em explicar, o que normalmente faço e gosto de fazer. Vivi novamente e ensaiei paixões. Não todas carnais, algumas mais literárias, artísticas, sociais, filosóficas. Se queres saber, foi um período incrível. Eu mergulhei em meus mais profundos sonhos, nas mais diversas vontades e fui eu mesma novamente. Essa. Que te escreve.

3. O depois.

Não senti tua falta até quando te li novamente. Não te quis até quando te vi novamente. Não me preocupei com essa paixão sufocada até não conseguir dormir novamente. Não tive mais frio na barriga até esperar por um olhar novamente. Não fiquei nervosa até querer estar contigo novamente.

E isso é tão pouco metafísico, tirando que é tanto. É pouco e muito ao mesmo tempo. Porque meu amor, minha paixão, essa coisa que faz com que eu sinta certa falta de ti, teu corpo, fisicamente, e de tua alma, tua conversa, teu ser, faz com que eu saiba que nunca te terei novamente. E que não quero que seja daquele jeito novamente.

Preciso rir-me sempre e não mereço, deuses, não mereço o antes novamente. Eu quero o depois. Quero.

A falta que não senti me veio como um soco no estômago. Saberei lidar, quando souber. Tratando-se de mim e apesar de tratar-se de ti, de nós, acho que será rápido. Espero que eficaz. Eu sempre aprendo a lidar. Talvez esse texto seja o início do depois.

É, Bem, ressurgiste a partir de um ano novo parece que me trazendo algo novo que já conhecia um tanto, que é tua falta. Isso é coisa boa. Isso é dizer que eu te gosto.

4. A inconclusão.

Li dia desses assim:

"Quando há afinidade, qualquer reencontro retorna a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato momento em que foi interrompido".

Talvez a concordância verbal não esteja tão perfeita, mas concordo com o que esse imperfeito disse.

Com açúcar, com afeto,
Da tua
Eu.

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