16.6.14

365.

Escreverei estas linhas desacreditadas de não ter feito o que desejava apenas para que nada passe em branco. Em minha mente, não passou. A vida não passou. Faz tanto tempo assim e não faz quase nada que te vi e que te fui apresentada. Eu tinha cabelos longos e estava querendo encontrar um lugar maior que eu, algo que me fizesse enxergar mais longe.
Então, eu saí de casa, num domingo, sozinha, ao encontro do desconhecido. Ao encontro de mim mesma de repente com vários outros que tinham em seus corações um desejo de mudança - que foi descoberto depois por muito poucos. Mas eu saí.
Eu digo que se não fosse essa pequena vontade de mudar o mundo, meu mundo não teria mudado.
Oh, sim. Tanto aconteceu. Tanto chorei. Tanto eu morri. Mas eu não acho que fui menos feliz. Eu fui feliz e ainda sou. Penso nas lembranças e elas me confortam. Não tem como hoje passar em branco.

Eu guardei na bolsa um disco para escutar na vitrola. O disco da Elis Regina que colocava para escutar quando era criança na vitrola daqui que já não presta mais. Eu iria te dar o momento da música que talvez pudesse ter representado aquele momento em que te conheci. "Como nossos pais" diz algo sobre nosso amor de nós dois e algo sobre nosso amor com o mundo mais do que eu imaginava. Eu estava cantarolando dia desses e pensei o quanto seria bom escutar contigo. Para marcar. Para que o dia 16.06 não seja esquecido, daqui a 1, 2, 5, 10 anos.

Amo ainda o que és, porque és o que eu nunca tinha desejado simplesmente por acreditar que não podia existir. Existe, sim. Não está ao meu alcance, eu não estou ao teu, mas amor, eu percebi, que não pensa realmente muito com a razão.  É isso e só.
Nada posso fazer. E vou vivendo.

Há exatamente 1 ano, essa hora, eu pensei em ti assim "vai acontecer algo comigo e com ele". Ainda não sabia o quê.

A resposta veio no outro dia, quando te encontrei novamente.
Eu pensei "a gente vai se amar".

Não se sente isso tão facilmente. Eu senti. Eu vivi.
Obrigada por surgir.
Um beijo, bem.

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