25.6.14

De mais um episódio das cartas dadas, devolvidas, escondidas e perdidas.

Eu te escondi tão no fundo de algum baú que quando quero te encontrar, apenas afundo num ruído de mar. Parece que não te achar é mais uma brincadeira que o destino me prega, quando se trata de ti. Já fiz duas grandes buscas, mas não. Não acho toda a alma que te escrevi. E essas letras todas, essas coisas todas, fazem eu me revirar, porque é como se houvesse um coração que não para de bater em meio ao quarto, como se esse caos não me deixasse existir direito. O barulho das palavras batendo um coração é às vezes ensurdecedor. A dúvida de onde te enfiei é algo que compromete minha sanidade. Eu não aguentava mais que minha alma estivesse contigo, e resolvi pegá-la de volta. Agora que tudo é um grande mistério, nada me sobra a não ser um milagre dessa alma, que não é mais minha, é tua desde que te dei, ressurja. Para mim, estavas com uma fitinha amarrada em meio a um livro qualquer. Mas agora do jeito que és fugidio deste um nó no laço que me segurava firme ao chão. A cartas continuam gritando, com teclas de máquina de datilografar ecoando, em mais uma noite que perco o sono pensando onde diabos eu te coloquei.

Onde diabos tu estás que não aqui em meu peito?

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