28.5.12

o nome disso é som daquele começo daquela música daquele disco

quis fazer de minha obscuridade um caminho para a luz em teus lábios
que se fizeram sorrisos aos meus enquanto cantava
eu entendi tantas coisas em um só momento que poderia ser mais do que eu esperava
e a vida dá tantas voltas e nunca seremos sábios
ainda não consigo entender a imensidão  do horizonte
muito menos decifrar que alma irei visitar
existem coisas que eu quero ficar sem saber
é tão distante e tão incomum que eu prefiro não compreender
quis fazer minha indecisão uma incógnita do que jamais pude perceber
o mundo é tão longe de mim mesma algumas vezes
como alcançar a vida toda que caminha dois passos enquanto caminho um?
correr não adianta, o tempo acelera também só pra fazer graça
mas eu quis tanto fazer de mim um ser que a ti ficasse
e sinto falta de algumas poucas coisas, aqui e ali, como se isso existisse
como se em meu ser tu pairasses, como se em teu ser eu persistisse
quis fazer de minha monocromia um laço frouxo de descoberta
e que brilhasse a partir da vontade de se ter mais perto
até que, sem empurrões ou estranhos encaixes, tudo se tornasse pura cor
eu quis desembaraçar as notas dessa canção num tom maior
quis fazer com que tudo parecesse real em uma voz de flor
e sem os versos óbvios que sempre aparecem
é porque eu ouço flores quando lembro do que me falaste ao pé do ouvido
quero fazer a pergunta que não quer calar,
mas não posso, senão ponho a dúvida toda a perder
só quero que um dia saibas que me faço essa pergunta todos os dias
e que eu realmente espero poder respondê-la quando ela for respondida
o esclarecimento depende de ação
assim, quem sabe, faço de minha solidão um recanto de saudade contigo e com a canção

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