17.12.11

não é que nada esteja dando certo, tá tudo bem. mas não sei se consigo te ver. e eu sei, ao contrário de tantas outras coisas, porque não consigo te ver. não é meu medo de fazer algo errado, porque fatalmente eu faria algo errado. nem que fosse um sorriso a mais, uma lágrima a mais, ou até a menos. é um pensamento em ti aqui e ali, uma saudade de algo que aconteceu há tanto tempo... tu não estás em minha vida há tanto tempo. e é tão estranho, pois mesmo eu tendo a plena noção de que não estás, ainda dói ver coisas que eu não deveria procurar e acabo achando, por culpa de um momento de teimosia somente. e aí passa. muito mais rapidamente do que passaria. não é por pensar em tudo que eu faria ou deixaria de fazer. e sentir. o problema reside todo no sentir. o que ainda sentes por mim? e fico me questionando sempre que me vem essa vontade de te escrever, de te ver, de te querer, por teimosia, desejo, querência, prazer, ou, sei lá, qualquer coisa assim. o grande e grave problema está onde não posso alcançar: como fazer com que mudes de ideia em relação à tua indiferença? porque - é tão óbvio - viveste tua vida como se nada tivesse acontecido, na mais tranquila das rotinas como se eu não te tivesse existido. eu não, eu sufoquei, me afoguei, enlouqueci, e agora quando mais quero ser indiferente lembro de tua presença, numa madrugada qualquer, estando a um passo de concretizar tua voz, e vou dormir pensando nisso. como se fosse realmente um problema muito grave. conto os dias, não sei se por vontade de te ver ou por racionalidade de querer que vás embora, mas conto. estás aqui há tantos, vais-te daqui a tantos... então. a questão toda não é a vontade que vou expressar quando te ver - se eu te ver -, mas sim tua tranquilidade e indiferença ao me ver. para mim, tudo mudou. para ti, bem, creio que nada aconteceu.

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