3.4.16

trechos acabados de uma carta nunca entregue sobre um amor vivido

São Paulo, 07 de novembro de 2015.


de quando em quando, eu me apaixono. e ao mesmo tempo que isso é incrível, às vezes me parece também algo horrível. tenho um monte de amores mal fadados. tenho uma dúzia de planos não acabados.
além disso, quando não tô apaixonada, eu vivo mais tempo comigo mesma. não fico com vontade de estar com mais ninguém a não ser comigo mesma e com as pessoas que amo.
mas estar assim também é maravilhoso. muitas vezes eu acho que estrago tudo e (meio que) já percebeste que posso me autossabotar às vezes. é porque eu sou insegura, é porque eu sou apressada. eu não sei mais ser amada.
e, por isso, eu fujo. eu corro, o mais rápido que posso. eu tenho um histórico de ficar e me dar mal. fiquei com medo.
quando eu tinha 22 anos (e nem faz muito tempo hehe). já conheces esta história, eu perdi tudo o que pensava ter até então em 6 dias. a luz de esperança que eu sempre tive se apagou. eu não sei como sobrevivi, eu devo ser realmente muito teimosa.
mas eu sobrevivi, demorou, mas a luz se acendeu novamente. só que fiquei com cicatrizes que nem eu sabia o quão eram profundas.
soube disso com 24 anos (há apenas 2 aninhos, então), quando tive o desprazer de mais uma vez ter um relacionamento emocionalmente abusivo.
nunca vou esquecer de quando ele, médico e amante de psicanálise, me disse por telefone e após (mais) uma briga que eu tinha sintomas de depressão. foi em outubro. em novembro, dia 18, eu o vi com uma garita em uma pizzaria. meses depois - por acaso, inclusive - soube que aquela garota era a ex dele que ele jurava ter esquecido. e que voltou tempos depois. a sorte, ou o destino, foi que eu não descobri isso antes, senão eu teria pirado mais do que pirei.
dezembro de 2013 foi o pior mês de minha vida, pois todas as mazelas se uniram. foi quando quis acabar com tudo.
não confiava mais em ninguém. esses dois relacionamentos tiraram quase tudo de bom que havia em mim, a esperança, a capacidade de confiar, a vontade de tentar de novo, tudo.
a luz se apagou de novo.
2014 foi o pior ano de todos. eu tentava todos os dias sobreviver. foi quando, além de tudo, Alan ficou doente e meses depois faleceu.
naquele momento eu pensei qe em alguma hora, eu ia desaparecer. foi foda, moço, foi foda.
lembro que fim do ano conheci um garoto - seu amigo João se formou com ele em Belém - que meio que me tirou da lama sem querer. o que a gente tinha - se é que havia algo - terminou e da pior forma, a gente brigou feio. já se falou de novo - e brigou de novo hahaha, mas tudo bem. acho que ele nunca vai conseguir alcançar o que significou para mim. ele fez com que eu lembrasse que eu ainda valia a pena. depois quis se fazer de leso e me rebaixou, mas a cagada tava feita: eu aprendi a ser forte.
e me mudei para São Paulo, onde me encontraste. de um jeito ou de outro, eu sempre acredito que é na hora certa tudo o que me acontece.
e, sim, eu odeio me apaixonar porque dá medo. é algo que não posso controlar. é um sentir. e todo sentir me assusta.
mas queria confessar uma coisa.
tu não me assustas.
pensar em ti me faz bem. tá bom que a saudade cansa, mas por algum motivo, tu pareces estar sempre perto. saber que estás aí, mesmo fisicamente longe, enche meu coração de esperança. faz com que a pobi da luz que já tá toda arrebentada se acenda de novo.
sei que temos deixado claro o quanto tu precisas de força nesse momento da vida, e eu queria que soubesses - se é que ainda não sabes - que eu sempre vou estar aqui para te ajudar. a não ser que sejas otário, aí não dá hahaha :)
bom. sei disso. mas também tens que saber que de vez em quando também preciso de força. eu, até hoje, não sei direito como sobrevivo. eu sou forte, sim, mas também sou frágil às vezes... tenho meus conflitos.
tu estares tentando me aguentar é muito importante para mim. não é tua obrigação e vou entender quando quiseres partir, tu és livre e eu gosto de pensar que o que fazes por mim é porque tu me gostas.
sei que é. :)
não sei ao certo o que me levou a escrever isso, talvez eu nunca te entregue... acho que porque quero que entendas certas coisas que falo, sei lá... e eu confio em ti.
sinto tua falta. queria poder te abraçar quando eu quisesse. tô tendo paciência para seja lá o que for que aconteça.
confio no destino. o "senhor do tempo" nunca falha. :)
tudo vai dar certo. para ti, para mim. para nós.

obrigada por estar aqui.
amo tu.

beijos e cheiros no cangote,
Evelyn Andrade.











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