22.6.12

estes dedos andam tão incrivelmente devagar
que tem andado até meio perdidos por aí
é que a calma que vem acompanhar
desliga-se dos instintos que vinham destruir
ruínas de figuras de linguagem espalhadas
num céu de um arco-íris desfigurado
em um amor que nunca deu em nada
não porque amar é ruim
é que amei o lado errado,
isso sim.
e agora tão despretensiosos
a mão que antes afagava as palavras sem perdão
hoje em dia só quer se guardar
em busca de calma, compreensão
e um carinho para alguns passar
que saudade da época em que elas não paravam
eu tinha tanta coisa a dizer
continuo tendo, esta mãos não cessarão
e que saudade boa que não faz sofrer
quer dizer,
não há nada a dizer
nem nada a fazer
de vez em quando, aqui e ali, uma palavra vem derreter
esse muro que ergui sem querer
é que, simplesmente, o que tenho já me basta
e se um dia alguém quiser me vir a ter
novamente, visto a sensibilidade das mãos que gostam de escrever

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