26.8.13

O que já havia quando não havia.

Quando não havia,
sempre houve um jeito de haver.
Quando não havia teclado,
havia barulho datilográfico.
Quando não havia máquina,
havia rascunho de grafite.
Quando não havia esferográfica,
houve tinta com pena.

Quando não havia quem lesse,
havia quem ouvia.
Quando não havia liberdade,
havia quem subvertesse.
Quando não havia alegria,
havia quem escrevesse.
Quando não havia como sentir,
houve quem ousou inventar poesia.

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